07/09/2023 às 18h27min - Atualizada em 07/09/2023 às 18h27min

Estudo. Antártida está a aquecer mais rápido do que se esperava

   Um estudo realizado por cientistas franceses vem revelar que a Antártida está a aquecer duas vezes mais rápido do que se esperava. Depois de experiências realizadas com vários tipos de gelo do continente gelado, os investigadores descobriram que o território está mais quente do que se esperava.

Numa das zonas mais vulneráveis da Antártida, no oeste do continente, existe um lençol de gelo que se prevê que pode levar ao aumentar do nível das águas do mar em vários metros. De acordo com o estudo, esse lençol está a aquecer a uma velocidade que é o dobro do que se esperava.

Conhecido como “amplificação polar”, este é um fenómeno que se tem visto na Antártida e que leva a um aquecimento do continente mais rápido do que no resto do mundo.

De acordo com o The Guardian, o estudo foi realizado pelo Laboratório das Ciências do Clima e do Ambiente de França e o Dr. Mathieu Casado, um dos responsáveis, explicou que foram encontradas provas de que a Antártida estava a ser afetada pela “amplificação polar”.

“É preocupante ver um aquecimento tão significativo na Antártida, maior do que a variabilidade normal”, explicou Mathieu Casado. Com um tamanho igual ao do México e Estados Unidos combinados, o continente da Antártida tem 23 estações meteorológicas permanentes.

O estudo foi publicado na revista científica Nature Climate Change e revelou que a Antártida está a aquecer entre 0,22 e 0,32 graus celsius por década, números muito superiores aos 0,18 graus que estavam previstos nos modelos climáticos.

Parte do aquecimento da Antártida está a ser mascarado por ventos. A cientista Sarah Jackson, da Universidade Nacional da Austrália, comentou que estas descobertas são “preocupantes”. “Todas as nossas projeções para o aumento futuro do nível das águas do mar estão a usar números mais baixos. Os nossos modelos podem estar a subestimar a perda de gelo que poderemos ter no futuro”.

Os cientistas têm tentado perceber nos últimos dois anos porque é o que nível do mar de gelo na Antártida está tão abaixo do que se esperaria e muitos especulam que os efeitos do aquecimento global está a começar a afetar a região.

Kyle Clem, cientista da Universidade de Wellington, na Nova Zelândia, tem estudado nos últimos anos o recorde de temperaturas altas na estação meteorológica do Polo Sul. O cientista explicou que o clima do continente está a mudar devido a ondas naturais, mas este estudo pode ter detetado uma mudança no clima da Antártida.

“As implicações deste estudo são de particular importância para considerar mudanças futuras no mar de gelo da Antártica e ecossistemas marinhos e, potencialmente, no aumento do nível do mar”, afirmou Clem.

“Se a amplificação polar antropogénica está já a acontecer na Antártida e excede o que simulamos em modelos climáticos, então o aquecimento futuro vai ser maior do que atualmente é projetado”.                 

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